terça-feira, 17 de junho de 2014

O tempo em suspenso



De tempos em tempos a terra fica árida, os ventos sopram não se sabe vindos de onde, mas sopram friamente por todas as frestas de nossa casa.
As folhas das árvores já caíram há muito e a neve já derreteu, mas não vemos o rio encher. 
Ainda não pudemos ver os brotos verdes e nem o sol aquece em demasia. 
De tempos em tempos, a solidão arrepia. 

A grande noite já se foi e a embriaguez das celebrações em homenagem a Deusa é lembrança fria. 
São o 6º ou o 7º mês de gestação... 
Sabe aquele momento em que a chuva já parou de cair e as poças começam a secar, mas não o suficiente para pisarmos nelas de botas novas? Todo mundo sabe... 

E então o que podemos fazer nessas horas de ansiedade e vazio? Talvez falte aquela energia a mais, a última vela! E o último pranto de tristeza e de alegria, uma mistura de águas e o suor da fronte de quem já se esgotou colhendo a lenha e fazendo o pão. É essa a sétima hora? O que você faz?

Talvez faça como eu, entoe uma canção, chame seu anjo em oração. Porque nenhum ser humano tem alguém do lado nesses tempos. A lamparina tem óleo para algumas noites e a cadeira de embalo já cansou de nos abrigar, e ranger seus ossos no assoalho úmido. O ar é fresco, mas úmido lá fora. E até podemos ver a Grande Mãe tecendo com lã. Ela que tudo sabe, não se abala. O mistério ela conhece... Veja! Ela se levanta! Ela se levanta e vai até a janela...

Sorri. Ela sorriu. Admirada do passeio de um casal de passarinhos? Ou do sol que acorda? Ela nada me diz. Volta para sua velha cadeira e segue tricotando, mas nos seus olhos eu vejo. Ela tece meu amanhã... Suspiro daqui.

De tempos em tempos, até mesmo o suspiro paira imóvel no ar. Até o suspiro fica em suspenso.

(Mariana Estrella 17/06/14)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fios de Pensamento: O Pensar, O Fazer, o Sentir...



Ao chegar na casa da Vovó, Mari sentiu que estava cansada de tanto pensar.
_Pôxa vida, quanto trabalho dá ficar tentando entender as coisas. A Vida é um quebra-cabeças tão gigantesco que eu estou me sentindo ainda mais perdida, porque a gente pensa então? Se é para continuar perdida eu ficava como estava antes. A Vida não é nada coerente!

Sua avó viu que a testa da menina estava cheia de rugas, seus lábios apertados e sua cabeça baixa diziam que ela estava se esforçando para algo e as sobrancelhas arqueadas, que ela estava irritada. Mas inteligente como era a avozinha, convidou a neta para comerem um bolo de cenoura com calda de chocolate e um delicioso café.

_ Que bom te ver Mari. Como foi o passeio até aqui? Sua mãe mandou os figos que havia pedido?

_ Figos? Ai minha Nossa Senhora das Virginianas, que gente mais bagunçada! Pôxa, porque tudo tem que ser difícil? Torto? Complicado? A mãe só mandou batatas e nem lembro mais o quê. Olha!

_ Ah que maravilha! Então agora eu resolvi uma das coisas que eu queria e não outra. Vou esperar ansiosa de que jeito chegarão os figos...

_ Vó, o que a Senhora quer dizer com isso? Que conversa de louco?! dizia Mari com as mãos na testa. Apesar da gostosura do bolo e do café quentinho, ela continuava com a mente em desalinho, ou melhor, enrolada nas linhas de pensamento... Logo logo viriam fazer ninho alguns passarinhos.

_ Ah, Mari, eu aprendi com a Vida. Ela tem uma regra interessantíssima! Poucas pessoas tem a coragem de constatar essa regra porque isso faz com que elas pensem que estão loucas. Porque a regra das pessoas é uma que deixa elas cada vez mais irritadas. Sabe quais são elas?

_ Eu estou pensando que o mundo é louco! E nesse caminho de casa até aqui não vi nada a não ser árvores, plantas, insetos, pássaros, um silêncio de pessoas e um caminho. E me sinto irada porque lá fora as coisas são feitas de um jeito que é preciso Fazer, aqui dentro eu posso Sentir e as coisas do sentir são diferentes do Fazer. Mas ah, as coisas do Pensar... essas são realmente complicadas. Esse Pensar me atrapalha no Fazer e muda o meu Sentir. Isso que eu percebo.

_ Vamos fazer o seguinte, esqueçamos tudo. Vamos comer bolo. E me ajude a cozinhar. Depois tome um banho e vá se deitar. Observe o que está fazendo e faça o melhor que puder, esteja aberta, aprenda! E aceite o que vier...

E elas pareciam uma orquestra... suas cadeiras bailavam entre a cozinha e a sala. Seus braços dançavam e coordenavam a magia das facas e colheres. Seus olhos mediam tamanho e medidas. Cores, casa quentinha. O cheiro bom, a fome e as línguas ficaram felizes. Os corpos limpos e com cheiro de sabonete pra deitar e lençóis macios para relaxar. Estar em companhia uma da outra era Amar.

(...) segue


quinta-feira, 15 de maio de 2014

PROBLEMAS e as batatas da Vida

*

Mari tinha alguns problemas a resolver. Na sua cesta havia uma maçã, dois tomates, uma garrafa e cinco sementes. E nenhuma batata. Porém uma dia, sua mãe lhe disse: Mari, leve seis batatas e um pouco de farinha para a casa da sua vó. Ela ficará contente de te ver, mas não esqueça de ir sempre pelo caminho. Não se distraia, não se desvie e não fale com estranhos. Siga direto para a casa da vovó. Questão: Quantas horas Mari levaria para chegar na casa da vovó?

Que maluquice você deve estar pensando! Que problema sem pé nem cabeça! Vou ler alguma coisa mais interessante no Face dos meus amigos!

Ma enquanto, alguns se distraiam por aí, Mari ia pensando na Vida, com sua cesta debaixo do braço...

(....) Vamos supor que eu estivesse errada sobre muitos aspectos da vida, que tirei conclusões precipitadamente a partir de uma ou duas premissas, sem ter raciocinado o suficiente sobre o assunto?
E se eu tivesse criado mil conceitos e repetido outros mil que me foram repassados como batatas quentes por outras pessoas apressadas demais para questionar, para analisar, para discernir? 

Mas vamos supor tb que como parte de uma realidade muito mais abrangente e profundamente misteriosa, como é o Universo, uma parte dentro de mim saiba da Verdade sobre a vida e as outras coisas que eu pensei erradamente.

Como eu estaria me sentindo internamente e como estaria me comportando? Provavelmente eu esconderia esse conflito, esse desconforto de saber no fundo que existe algo errado e que ando com as mãos quentes e não sei o que fazer com isso. Provavelmente me sentiria a única pessoa no mundo sentindo esse desconforto, pois, apressadamente, olharia o comportamento alheio e não perceberia o conflito interno e a incoerência que também eles vivem.

E quantas artimanhas eu teria criado na pressa e na ignorância! Muitos jogos e muitas mentiras também. 

Não, não mentiria para os outros, pois sei que no jogo da vida isso é errado. Mas mentir para mim mesma, afinal ninguém disse nada sobre isso. O esquema é ganhar esse jogo! 

Seria uma pessoa coerente com os conceitos e formas de pensar que me queimam os dedos, claro! Seguiria todas as regras do jogo. Pensaria noite e dia em como ter sucesso nesse jogo, que papéis eu poderia viver da melhor forma para ganhar o jogo. Se eu gostasse de música, poderia me imaginar estudando para ser um exímio violinista ou compraria uma guitarra e montaria uma banda, sonhando em ser um astro do rock. E na vida, existem muitos modelos para a gente escolher! Porém, ser esse ser original que está lá no fundo, não está previsto. Sinto um desconforto, mas finjo que está tudo bem, "só que ainda não consegui me igualar perfeitamente aos modelos do jogo", esse é "o" problema.

Pequena Ilha de Hipóteses
E se... o projeto original seja sentirmos e sermos a nossa face original? E se... as batatas quentes e o sentimento de inadequação só queiram me mostrar que eu estou indo pelo caminho errado? E se poucos puderem ter a coragem de enxergar os erros que estão cometendo? E se eu tiver que começar observando e me desapegando de tudo que aprendi sobre mim, a vida e as pessoas? E se o propósito da minha alma seja aprender? E se eu estou aqui pra evoluir, crescer, ir adiante, ver que não tenho que imitar um modelo, mas estar lúcida? Aprender. 

Estive muito mais fechada na minha pequena consciência e ainda estou. Minhas mãos pegando fogo e eu achando que existe uma solução para um problema cuja proposição foi mal formulada! 

E lá embaixo a Verdade... bem no fundo de nós mesmo. Ela está, ela é. Ela espera por nós.

Então, Mari chegou na casa da vovó. 
Pôxa, o professor de Matemática tá pegando pesado, pensou.

Mariana Estrella

fonte imagem: Kezia Fernandes

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mãos de amor


Das mãos para caminhar. Os cientistas evolutivos falam que os nossos parentes mais distantes se diferenciaram quando ficaram em pé. Sabem dessa parte não é?
Pois, penso agora em quanto diferença tem os pés das mãos hoje. Será que percebemos?

Os pés, nos sustentam em pé, talvez na esperança de que o cérebro seja fulminado pela luz do espírito e acordemos! E quantas vezes lembramos deles ao longo da nossa vida? Quando doem!

Nossas mãos... fazemos de tudo nessa vida por meio delas... elas são uma extensão da nossa vontade. E que sido essa vontade? Jogar vídeo game? Automaticamente ir pegando, agarrando objetos todo dia, desde tocar os olhos ao acordar, espreguiçar, pegar o copo de água e saciar a sede, abrir as cortinas, ligar coisas: tv, celular, mandar mensagens, ligar a luz, o computador, o fogão, o fogo. Segurar a escova de dentes... viu?


Eu penso que as mãos são para seguir a Vontade Maior e demonstrar amor. Percebo que os braços nisso tem grande papel, mas, às vezes, recuam.

A mesma mente que nos coloca longe do sentir e perceber os pés, só quando doem, e as mãos na correria que ela cria... a mesma mente, afasta meus braços, e emudece as minhas mãos. E as tuas?

Quantas vezes por dia estamos conscientes da benção que podemos criar juntas mente e coração? As bênçãos que podemos enviar através das mãos no alimento, no afago ao bichinho, o afago aos seres que amamos são ... nem sabemos?! Qual será o poder da mente e do coração para “amar ao próximo como a si mesmo”. Corpo seguindo a mente alinhado ao coração... Que o raio me fulmine e recrie a Luz para que eu veja de novo, para que eu sinta de novo. 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Receptividade e advento


Há umas três semanas atrás eu ouvi, em meditação, que deveria começar a esperar e a me abrir para o espírito de Natal. No meio de uma rotina cansativa, em que a mente tem mil assuntos; o corpo, cansaço e o coração anseio de algo além. Senti assim: Abra a casa (dentro e fora) e toda sua Vida, para essa Luz. Sentia a energia que está chegando... E ouvi ainda: Viva o Natal, seja esse espírito. Esteja receptiva! - Não tenha vergonha de demonstrar essa devoção na sua família, para amigos ou outras pessoas... Teu coração é devocional e é lindo que seja. Seja essa Luz!


Passado algum tempo, neste domingo, entrei na missa na Igreja Santa Teresinha e o padre falava dos projetos que a vida para nós. Que muitas vezes, os projetos que a Vida nos traz não são os mesmos que pensamos, que desejamos. Ele falou de Maria e do Arcanjo Gabriel. Tenho certeza que entrei ali naquele momento para ouvir suas palavras inspirada pelos anjos, pelo meu Eu Superior... 
Senti mais forte ainda que o Natal é tempo de renovação!!! De esperança de que algo novo nasça de dentro de nós. Tirando o que já é conhecido dos ombros, da cabeça e do coração. Esquecer-se... e estar passivamente à espera... Eu costumo dizer às vezes: _ Estou aberta ao novo, enquanto parece que lá fora nada está acontecendo, aqui dentro estou receptiva ao novo! E me coloco como um cálice... 

Quem escolhe? Eu! Você! Cada um de nós escolhe a cada instante.  Porém, qual eu escolhe? Estamos divididos: o corpo quer segurança, alimento, sexo; a mente que poesia, literatura, projetos, política, etc e o coração suspira, anseia coisas mais sutis, mas anseia... Existe ainda uma parte em nós que transcende todo o desejo. Que é o todo, é abundante, é tudo. Não requer mais nada... Não será daí que abrimos a porta ao espírito de Natal? Abrir todo o ser, todas as portas para o desconhecido, que ainda não desejamos, pois não o sabemos!! Uau! O que pode vir daí? Dessa Luz e energia que é nossa também?
Onde nós estamos neste Natal? No corpo, na mente, no coração?
Me faço essas perguntas nos últimos dias desejando a coragem de embalar no espírito que está aí entre nós. Só precisa abrir o coração!!!!!!!!! Abra também a porta ao inefável, ao transcendente Ser que és!

***
Encaminho aqui o email do querido Emiliano Iriarte para inspirar a todos nós:

Queridos as histórias dos próximos anjos do Advento para quem quiser e puder da continuidade neste trabalho de preparação do coração para mais e mais luz crística renascer!
Assim podemos acender a vela da cor anjo de cada domingo!



OS QUATRO ANJOS
                                                                    
ANJO AZUL  ( Primeiro domingo)
Um grande Anjo desce do céu para convidar os habitantes da anjo terra a preparar o natal. Este Anjo veste uma capa azul, tecida de silêncio e paz. A maioria das pessoas não o percebem, porque estão muito ocupadas com outras  coisas. O Anjo canta em voz profunda, mas somente aqueles que tem o coração atento podem escutá-lo. 
Seu amor e canto diz assim: “Ó céu vem sobre a terra, Deus vem habitar o coração dos homens. Prestem atenção! Abram-lhe a porta”. Assim é: O anjo passa e fala a todos os homens. E todos aqueles que escutam, se dispõem a preparar o Natal, cantando algumas canções e acendendo velas....

ANJO VERMELHO  ( Segundo domingo)
Neste dia, um segundo Anjo desce do céu; ele vem vestido com uma capa vermelha e leva na mão esquerda uma caixa, toda de ouro, A caixa esta vazia e ele espera enchê-la para levá-La repleta, diante do trono de Deus. Mas o que ele há de colocar nela? A caixa é muito fina e delicada,pois é toda feita com raios de sol; por isso não há como enchê-la com coisas duras e pesadas. O Anjo passa por toda terra e, muito discretamente, passa por todas as casas. O que ele procura? Ele olha no coração de todos os homem, para ver se ali encontra amor verdadeiramente puro. Quando encontra este amor, ele guarda na caixa e leva para o céu. E lá, aqueles que habitam o céu, tomam desse amor e fazem dele a luz para as estrelas.

ANJO BRANCO  ( Terceiro domingo)             
No terceiro Domingo, um Anjo completamente luminoso desce para a Terra. Ele tem em sua mão direita um raio de sol, que possui um poder maravilhoso. Visita todos os seres humanos, em cujos corações o Anjo vermelho avia encontrado amor verdadeiro, e os toca com seu raio de luz. Então, esta luz penetra nos corações destas pessoas e as ilumina e aquece. É como se o próprio sol entrasse através de seus olhos e descesse para todo o seu corpo. Assim os mais pobres, os mais humildes dentre os homens, são transformados e começam aparecer-se dentre os Anjos, se tem um pouco de amor puro em seus corações.  Mas nem todos vêem este Anjo Branco: Só aqueles cujos os olhos foram iluminados por sua luz.

ANJO LILÁS  ( Quarto domingo)
No ultimo Domingo antes do Natal é um grande Anjo, com capa de um violeta muito suave e caloroso, o que aparece no céu e passa sobre toda a terra, levando em suas mãos uma grande lira. Toca nela uma musica muito doce, acompanhando seu canto, que é harmonioso e claro. Mas para escutá-lo, há que se ter um coração silencioso e atento. Sua música  é o grande canto de Paz, o canto do menino Jesus e do reino de Deus que vêm sobre a terra. Muitos anjinhos o acompanham e também cantam, alegrando o céu. Então todas as famílias que dormem na terra, despertam, e a própria terra escuta e estremece: O canto dos Anjos diz que Deus não se esquece e que, algum dia, a Terra será de novo um paraíso.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Otimista?


Será que é tão bom o otimismo? E se o meu nível de otimismo for inversamente proporcional ao nível de pessimismo que eu escondo?
Sim, estou mexendo na lama do medo. para alguns é assustador ou loucura! Para quê?!!! 

É só um alerta pessoal, mas tenho percebido como é importante a honestidade. Internamente. Como faz bem saber qual a nossa verdadeira intenção por trás de uma ação, ou saber o sentimento que move ou o pensamento que norteia. Mesmo que seja uma tarefa árdua e não implique necessariamente em vitória, ou certeza!

Corajoso ou medroso? Qual é melhor? Acho que saber o que está sentindo é mais importante que o julgamento sobre ele...
Sou um soldado e estou indo para o front de guerra. E visto a ideia de que sou corajoso... isso vai me ajudar mais do que reconhecer que tenho medo? Qual é a coragem maior? Conhecer seus pontos fracos e fortes e escolher ou fingir ter somente pontos fortes? Qual a lista das tuas qualidades?

O contrário é tão importante quanto! Sei todos os meus defeitos, todos os pontos fracos, feridas e decepções sobre mim abundam. E aí?! Vai fazer o quê? Ficar na zona do lamaçal? Ou vai enfrentar e entender que também existe luz, além das trevas? O otimismo nesse caso é necessário e talvez até desafiador. Quando tudo parece perdido, e se tem a coragem de ser otimista! 

Vai fazer o quê? 

A Fuga, o medo e os monstros


Fugimos de inimigos maiores que nós, se não, lutamos, como leões. Maior que eu, são meus medos... tão bem alimentados e nutridos que para mim sobrou quase nada. Me olho no espelho, um pequeno menino magrelo, numa casa vazia. O que sobrou para este pequeno refém?

Mas espera aí! Quem alimenta o meu opressor, quem cria e cuida sou eu. Cuido mantendo-os intactos. Assim que vejo que não posso continuar nesse sistema e temo que vejam a situação humilhante que criei, eu fujo. Adianta? Sim, mais um medo. Um medo plus: Medo de cair no ridículo, da pena... de que vejam a imagem que fiz de mim.

Não posso deixar que vejam em que condições virei um mendigo por dentro e que alimento meus vícios, como o viciado na porta do meu prédio procura a droga. 

Do mundo a gente não foge, amigo. Monstros estranhos foram criados com partes de pensamentos e ideias mal acabados... Eles são feios. Eles são medo porque no fundo sabemos que são criações nossas, mal enjambradas. Que Deus estou sendo na minha vida?!!!

A ideia de um Deus lá fora, onipotente, todo-poderoso é mais uma dessas invenções que me mantém nessa miséria. Se o Todo é feito de suas partes, e elas são sempre maiores que o todo... Deus são as partes JUNTAS. E eu sou parte desse mundo, sou Deus, não sozinho, mas juntos. Talvez porque um dia pensei estar em completa solidão, tenha criados essas companhias com a minha mente. Criei, alimentei... mas elas não são reais. 

Já fugi demais... para que não vissem. E aqui dentro eu tenho poder de criar. Olhos para esses monstros e penso: porque ainda os chamo de monstros? E se eu descriar e descobrir o que posso fazer de melhor com isso? Humm... sim, separar as partes. Refazer da forma que eles me auxiliem a deixar a minha vida mais rica. Trazendo mais possibilidades de sensações e pensamentos novos de bem estar, de paz interior, de amorosidade, de abundância. Essa casa precisa de gente ajudando! De gente e de energia positiva! 

Se eu ficava só com os monstros, ninguém poderia chegar perto. Era eles ou eu. Mas agora tudo é diferente... Posso mudar meu mundo!  

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